Cadê as arquitetas modernas baianas?

Nos últimos oito anos uma série de trabalhos pioneiros na América do Sul foram desenvolvidos dando ênfase a discussões em torno a temas como arquitetura e gênero, além da visibilidade da produção de arquitetas no campo profissional, como os casos de Sá (2010), Velásquez (2011), Lima (2014) e Quinta (2016). Num trabalho anteriormente realizado, Huapaya (2014), centramo-nos em trazer à luz um conjunto de obras arquitetônicas e urbanísticas desenvolvidas entre 1950 e 1970 nos estados nordestinos, os quais são ignorados ou não aparecem na bibliografia referencial brasileira. À época, conseguimos identificar que essa produção além de relevante era significativa pelas suas caraterísticas e, também, vislumbramos que dentro desse universo masculino, a figura da arquiteta alagoana Lygia Fernandes surgia como o único caso em que a contribuição feminina era "aceita" pelos pares. Um levantamento inicial nos mostra que entre 1930 e 1960 formaram-se 12 arquitetas na Bahia; sendo que a primeira delas, Lygia Gabriela Alves, foi a primeira mulher formada em 1936 e era, também, negra. A pesar da importância desse fato, não se sabe praticamente nada sobre qual foi a trajetória profissional delas, o que elas fizeram, nem o que aconteceu com elas. Como forma a responder esses questionamentos valemo-nos, inicialmente de duas fontes: os arquivos da Faculdade de Arquitetura da UFBA e o do Instituto de Arquitetos do Brasil - Departamento da Bahia. Isto nos permitirá, posteriormente, ter acesso às arquitetas ou aos familiares delas com o objetivo de ter acesso a arquivos pessoais. Com isso propomo-nos contribuir à visibilidade de um capítulo negligenciado na história da arquitetura e do urbanismo baiano: a contribuição das arquitetas e urbanistas baianas para a consolidação do campo profissional no Brasil.

Status: 
Vigência: 
01/07/2018
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